domingo, 12 de junho de 2011

Casa de Cultura: de quem é a incompetência

Um projeto de cedência da Casa de Cultura para o Lions Clube gerou um debate na Câmara de Vereadores que acabou, como não é incomum por aqui, em politicagem. Da mais grosseira. Como não podia acusar a atual administração do município pelo abandono do local, já que integra a bancada da situação no legislativo, o vereador Altevir Medeiros conseguiu a proeza de culpar a secretária de turismo do governo anterior, que deixou o cargo em 2004, e cujo trabalho tornou possível a construção desse patrimônio público.
Lá se vão sete anos e ao que parece os representantes do atual governo e o distinto vereador nunca haviam pisado na Casa de Cultura. Nunca foram às várias exposições culturais que lá aconteceram durante os eventos do município no parque de exposições. Essa é a única explicação para jamais terem percebido como o "projeto era de má qualidade", como agora constatou o vereador, ou que o imóvel estava deteriorado, o que não é de estranhar depois de quase uma década sem investimento público! Ao ceder o imóvel para entidades sociais nada mais faz o governo do que assinar o atestado de incompetência em cuidar do patrimônio pelo qual deveria ser responsável.
Estranho é que reformas vultuosas foram feitas no parque de exposições no último ano e nem um olhar foi dado à Casa de Cultura, por que será? Teria a ver com o fato da obra ser mérito de outro governo? Ao invés de acusar e difamar quem trouxe benesses para o município, deveria o vereador sentir vergonha e calar-se diante da inoperância e do descaso que tem o governo que defende com o patrimônio público. A Casa de Cultura é só mais um na lista dos projetos que ficaram ao léu. O quiosque de produtos coloniais continua às moscas e o prédio, que já precisou de reparos sem nunca ter servido à comunidade, virou um monumento ao desperdício de dinheiro público. Tudo indica que o Centro de Feirantes caminhe para o mesmo destino. Há um ano que o prédio está "em acabamentos finais" e nada de inauguração. Se bem que os feirantes esperam que isso nunca aconteça pois abominam a ideia de sair do centro da cidade e perder sua clientela. Se tivessem sido ouvidos previamente sobre o projeto talvez o dinheiro público fosse melhor aproveitado.
Então, é preciso pensarmos, de quem é a incompetência no trato com o patrimônio público? De quem trabalha para trazer novos projetos à comunidade ou de quem terceiriza responsabilidades e cobra outros por aquilo que é seu dever fazer? Quando a sociedade terá uma explicação sobre tudo isso? Cabe ao bom administrador dar uma satisfação adequada a esses questionamentos que angustiam o cidadão pois há tão longo tempo nada se sabe porque tais obras continuam sem o uso devido. Cabe ao bom vereador cobrar essa explicação, ou o partidarismo fala mais alto do que o interesse da comunidade?

Um comentário:

  1. Não conheço a realidade de Cerro...Mas conheço a realidade da política, infelizmente os "policocôs" pensam mais na suas siglas e menos na sociedade...fazem o q for preciso para manterem-se no topo de suas vaidades independente das necessidades q cercam seus eleitores. E cultura nunca foi algo q dê votos não é???

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