sábado, 12 de março de 2011

Em caso de emergência, salve-se!

Não é novidade que o sistema público de saúde é bárbaro e cruel. Sofrer dias em um corredor de hospital sem atendimento adequado é desumano e levanta a dúvida de como as pessoas comuns suportam tal descaso das autoridades sem protestar. Como aguentam? Um mistério que só tem explicação na ignorância e na opressão, ou mesmo no próprio cansaço de quem se encontra fragilizado diante da arrogância do poder.
Agora a moda é distribuir equipamentos, o que é um teste de capacidade para os gestores públicos e de paciência para a população. Veja o caso das SAMUs, unidades móveis para atendimento de urgência, que são espalhadas aos quatro ventos. Infelizmente nem todos os gestores têm a mesma competência ou interesse em agilizar seu funcionamento e muitos veículos acabam nas garagens sem uso por ausência de profissionais habilitados para executar o serviço. É a velha história de se colocar o carro diante dos bois. Investe-se em equipamentos, mas nunca na mão-de-obra. Não funciona, é botar dinheiro fora deixando o patrimônio deteriorar. A articulação entre União, Estados e Municípios, nesse caso, precisa ser ágil pois estamos falando de vidas, que continuam aliás sendo perdidas por falta desse tipo de atendimento.
Similar é o caso das obras públicas abandonadas por carência de organização e planejamento de suas finalidades. Hoje é possível a obtenção de recursos federais para todo o tipo de empreendimento, desde que a obra tenha a destinação descrita no projeto. Mas obra pronta sem que o município articule seu aproveitamento é desperdício de dinheiro público. Erguer paredes para o nada é um crime, muito triste para um país onde ainda existe tanta pobreza. Pois é, por incrível que pareça os elefantes brancos, tão comuns no Brasil na décado de 70 do século passado, continuam a exibir o seu marfim em muitas de nossas cidades. Não é preciso muito esforço para deduzir quem mais perde com isso.

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