sábado, 19 de março de 2011

Quem (a)pagará Fukushima?

Esta semana o jornal britânico The Times denunciou que a companhia distribuidora de energia elétrica japonesa Tokyo Electric Power Co (Tepco), responsável por gerir o complexo nuclear de Fukushima, no Japão, adulterou dados de segurança, tentou encobrir problemas da usina e omitiu informações relevantes ao governo. Um dos procedimentos de fraude adotados foi a injeção de ar dentro do recipiente de contenção do reator 1 de Fukushima para, artificialmente, "baixar a taxa de fuga do calor".
As linhas acima, do site Opera Mundi, prosseguem arrolando uma série de adulterações que fazem pensar. Leia mais em Opera Mundi. Unidas a outros documentos do Wikileaks, as denúncias são para deixar qualquer um de cabelo em pé. O Japão já havia sido advertido em 2009 que suas usinas não poderiam suportar grandes terremotos. Tem-se a plena certeza de que essa é uma tragédia anunciada dada a irresponsabilidade dessa empresa. Em uma terra de terremotos constantes, segurança deveria ser uma questão de ordem. Desde que foi construído o complexo de Fukushima, em 1967, o Japão já sofreu inúmeros abalos sísmicos de grande magnitude. Diante dessas denúncias, facilmente se deduz que outros vazamentos ocorreram ao longo das últimas décadas, mas foram escondidos da população e das autoridades. Faltou ética, rigor técnico e fiscalização. Em suma, faltou seriedade, inadmissível em um assunto tão grave em que milhares de vidas estavam jogo. Agora é tarde. Que os culpados sejam responsabilizados, pois este fato não pode ser considerado uma fatalidade.

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